quarta-feira, 30 de setembro de 2009

mega post: madonna faz 50 anos hoje


via Papel Pop de phelipe em 16/08/08

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Mais uma vez, ela está por todos os cantos. Todos os jornais que abro, sites que leio, revistas, televisões no metrô, ônibus, rádio, televisão, só vejo falarem disso. Vieram me perguntar se eu ia fazer alguma homenagem ou especial no Papel Pop. Como? Não saberia nem por onde começar. É a Madonna, porra!

Vocês sabem que ela é presença constante aqui no blog e, quem me conhece bem, sabe o quanto eu sou apaixonado por ela. Seria missão (quase) impossível e muito trabalhosa falar o quanto ela é importante na música, o que ela conquistou, blá blá blá.

Então nada melhor que falar do que está acontecendo agora. A última coisa que não sai da minha cabeça é o livro que o irmão dela escreveu e que eu acabo de ler. Ninguém melhor pra falar (e fofocar) da própria irmã do que ele.

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"Life With My Sister Madonna" é o relato mais sincero e honesto da trajetória da cantora sob os olhos do coadjuvante mais importante da vida dela: o irmão Christopher Ciccone.

Ele vivenciou todas as conquistas da popstar, passou por todos os perrengues ao lado dela, limpou a sujeira que ela cagou pelo caminho, enxugou (literalmente) o suor das tetas dela quando arranjou um emprego humilhante (segundo ele) de "dresser" nas turnês da irmã e hoje resolveu contar toda essa história contra a vontade da popstar.

Quem gosta da Madonna vai adorar ler

Christopher descreve momentos de arrepiar que ele passou ao lado da irmã durante os shows mundo afora, nas boates, nas festas mais badaladas, encontros inusitados com celebridades e artistas como Cher, Basquiat, Andy Wahrol, Bukowski, Demi Moore, Donatella Versace, Gwyneth Paltrow e não deixa de falar detalhadamente sobre todos os amores da popstar. São muitas partes engraçadas e marcantes.

Eu separei as melhores partes para vocês:

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1 - A primeira apresentação que Madonna fez na vida

Foi no colégio, ainda pequena, e já foi um escândalo. Christopher conta que foi tipo aquela apresentação do filme "Little Miss Sunshine". Madonna aparece vestida com um maiô roxo fluorescente (foto acima) e deixa os familiares e a platéia chocada com a performance sexy ao lado de uma amiga, que fica totalmente ofuscada ao lado de Madonna no palco.

No dia seguinte, Christopher escutava no colégio: "Your sister is a slut!" Ele escreve: "Aquela noite de show de talentos marca o nascimento do meu fascínio pela minha irmã Madonna. A partir daquela noite, eu descubro que ela não é como os outros; é profundamente diferente. Tempos depois, eu descubro que eu também sou".

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2 - Encontro com a Cher na festa da MTV

Na memorável apresentação da VMA em 1984, em que ela canta "Like a Virgin" saindo de um bolo de casamento, Christopher está no backstage ajudando Madonna a se vestir e repara que uma mulher de cabelão preto escondida por um chapéu de couro que cobre o rosto não tira o olho da irmã dele, observando cada detalhe daquele figurino extravagante de noiva punk.

"Cher, esse é o meu irmão, Christopher", diz Madonna. "Era ela mesmo! Eu achei estranho ela ter ficado tanto tempo sentada observando minha irmã", escreveu Christopher sobre a cantora.

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3 - O casamento desastroso de Madonna com Sean Penn

Segundo Christopher, durante a cerimônia, o ator fica irritado com os helicópteros cheios de paparazzi que começam a sobrevoar e atrapalhar a festa e resolve pegar uma arma e começar a atirar para ver se acertava um fotógrafo.

O casamento se transforma num circo. Anos depois, o irmão viveria ao lado de Madonna um momento mais dramático ao livrar a irmã de um quarto de hotel na China para que ela não levasse porrada do Sean Penn durante uma das inúmeras brigas do casal.

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4 - As primeiras fotos nuas

Depois daquelas fotos horrorosas da Madonna pelada com a xavasca e o suvaco bem cabeludo saem na Playboy (não quis censurar com tarja - hoje é aniversário dela!), Madonna não fica chocada e nem se preocupa com a família, que é super conversavadora e católica.

O irmão escreve no livro: "Agora ela não tem mais nada a perder. Nada mais para esconder. Afinal, a privacidade dela foi invadida totalmente. A partir daquele momento, será ela que irá invadir a própria privacidade. A partir daquele momento, ela está livre para ser escandalosa o quanto ela quiser. E ela será".

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5 - Anos depois, vem a polêmica do vídeo de "Like a Prayer"

O clipe é cancelado e censurado, Madonna vai desabafar com o irmão. "Você acredita que eles não querem exibir meu vídeo?". Christopher tenta explicar o porquê: "Bem, você tem crucifixos pegando fogo, você finge que tem stigmata no clipe e ainda beija um santo negro. Você não achou que isso seria um problema?".

Madonna responde: "Mas eu não entendo! Por quê?" O autor do livro comenta logo em seguida: "Ela realmente não tem idéia que aquilo que ela fez é totalmente chocante porque ela simplesmente não fez aquilo para chocar. Ela não está chateada porque o anúncio da Pepsi em que o videoclipe é exibido foi cancelado - mesmo assim porque a Pepsi já pagou os 5 milhões de dólares por ele - mas está realmente surpresa com o cancelamento.

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6 - "Na Cama com Madonna" foi a primeira grande briga entre Christopher e Madonna

Segundo o irmão, a maioria das cenas do "documentário" é armação. Sabe aquela cena em que Madonna está comendo sopa com uma toca e liga para o pai dela dizendo que ela está há anos sem falar com ele e quer saber se ele tá a fim de ir ver o show dela? Tudo mentira. Ela não fala com ele naquela hora. Ela nunca deixou de falar com o pai. E ela nunca falaria com o pai dela daquele jeito, segundo Christopher.

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Na cena em que ela vai visitar a mãe no cemitério, outra polêmica. Ela chama o irmão para ir com ela. Os dois vão juntos num carro e outro carro vem atrás (que ele acreditava ser a comitiva da cantora). Quando os dois acham o túmulo da mãe, a equipe de cinegrafistas saíram do carro e começaram a filmar os dois. Christopher sai dali assustado:

- O que eles estão fazendo aqui, Madonna? - meu coração começa a bater forte. Eu estou furioso.
- Ah! Você não sabia? Eles vão filmar!
- Você ficou louca, Madonna?
- Por favor, Christopher! Fica!

"Eu fico com dor no estômago. (…) Eu tenho vontade de pegar a câmera do cinegrafista e jogar na cabeça da Madonna. (…) Naquela noite, eu não consigo dormir. Minha irmã usou o túmulo da minha mãe como locação do filme dela, a morte da minha mãe como ímpeto da performance dela. Aquilo me assustou profundamente. (…) Eu fico com medo porque percebo que agora ela não tem mais limites. Todo mundo e tudo vale a pena para chamar atenção, alimentar a carreira dela - até a nossa mãe falecida"

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7 - O funeral de Gianne Versace na casa de Donatella

A irmã do estilista, que acaba de morrer, está deprimida e começa a cheirar com Courtney Love e Christopher logo após o funeral. Madonna vai embora porque não suportava nada daquilo. O clima é de baixo astral e Donatella fica pedindo pra Christopher tocar "Candle in the Wind" várias vezes. A música acaba e ela grita: "Again!". A música termina e ela grita: "Play it again!".

Courtney Love começa a contar a quantidade de linhas que ela cheira na noite: "Já foram 8, agora 9, agora 10… Meu Deus… 11, 12, 13!". Christopher começa a ficar com medo das duas e vai embora pra casa.

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8 - Madonna vai ao show das Spice Girls

As cantoras britânicas estão se apresentando. Madonna entra no estádio, senta para ver o show acompanhada da filha Lola e do irmão Christopher e o povo começa a gritar. No intervalo, eles vão ao camarim e encontram todas elas comendo hot dog.

Madonna fica desesperada ao ver a cena: "O que vocês estão fazendo? Como vocês podem comer hot dog e cebolas no meio do show e depois sair pra cantar e dançar?". As meninas Spice dizem que elas não se importam muito com isso. Quando o show recomeça, Madonna comenta com o irmão: "Elas não dançam e nem cantam mesmo. Agora dá pra entender por que elas comem cachorro-quente entre as músicas!".

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9 - O casamento com Guy Ritchie

A celebração acontece durante cinco dias num castelo da Escócia. Stella McCartney, Gwyneth, Madonna e as todas as amigas delas estão lá. Os amigos machões e homofóbicos de Guy Ritchie também. Christopher vai pra lá, ganha o pior cômodo do castelo e percebe que as atividades dos dias de festividade são divididas em grupos de meninas e meninos.

Os caras vão prum lado, pegam suas espingardas e vão matar pássaros na floresta e as meninas vão pra outro tricotar, confabular e fazer não-sei-o-quê. Ele, que é gay e não vai se encaixar em nenhuma dessas turmas, fica no quarto dele entediado.

Depois de muitas piadas gays de Guy e os amigos dele, Christopher diz que está sentindo vontade de ir embora. Sting e a esposa dele, Trudie Styler, dizem pra ele que também não estão gostando nada das brincadeis homofóbicas dos amigos de Guy. Durante um jantar, Madonna pede para que o irmão faça o brinde. Ele se recusa. Ela o obriga.

Então ele se levanta e, com o copo erguido, brinda: "Gostaria de brindar esse momento precioso que só acontece duas vezes na vida de uma pessoa. E se alguém quiser fuder com o Guy mais tarde, ele estará no meu quarto hoje à noite". Todos riem sem parar na mesa. Guy fica mudo e Madonna finge que não entendeu a piada.

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10 - Madonna começa a se afastar dos gays da vida dela

Christopher fica longe da irmã por causa de Guy. O ator (e amigo) Rupert Everett também. Por causa de Guy, Madonna está mudada e não anda mais com gays. Na última turnê dela, "Confessions Tour", o irmão vai visitá-la em uma das festas que eles sempre davam após o show e estranha que ninguém está dançando.

Antigamente, todas as bichas se acabavam com Madonna e era super divertido. "Que estranho! Madonna, você não tem nenhum dançarino gay dessa vez!" Ela pensa por um segundo e responde: "É verdade. Não é estranho?". "A pergunta dela é retórica", escreve Christopher.

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11 - Madonna começa a abandonar o irmão por causa do vício dele nas drogas

Christopher, que é designer de interiores, sempre ganhou uma grana decorando todas as casas da irmã. "Eu percebo que ela está deixando de me contratar porque ela acredita que eu tenho problemas com drogas. As drogas nunca influenciaram meu trabalho. Mesmo que Madonna tenha tomado ecstasy e fumado maconha muito tempo atrás, ela não tolera qualquer pessoa que use drogas, em particular, a cocaína. Não há meio termo pra ela. Madonna vê tudo preto no branco. Ou você usa drogas ou não usa."

No final do livro, Madonna insiste para que ele vá para rehab. O médico que o trata na clínica diz que Christopher não tem problemas com drogas. Madonnna chama o médico de incompetente. A clínica sugere que ele faça terapia. Madonna paga a psicóloga mais foda de Los Angeles e a mulher tem que mandar um relatório para ela sobre como está sendo o tratamento do irmão.

Na maioria dos e-mails, Madonna responde que a psicóloga é louca, não é profissional e não sabe nada do que está falando sobre o irmão dela. Resultado: o grande problema de Christopher é a irmã. Ela vai ter que aprender a lidar com ela. Vai ter que aprender a sair da sombra dela, a lidar com a vida controladora que ela leva e que acaba afetando todos em volta dela e aprender a reconhecer as fraquezas e os pontos fortes dele. Foi a terapia que o ajudou a escrever esse livro.

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12 - O livro não derrama nenhum sangue sobre Madonna

Christopher adora a irmã e vice-versa. A impressão que fica é que ele está magoado e chateado porque foi deixado de lado e porque a irmã sempre colocou a carreira profissional na frente da família, na frente dele e de todo mundo. Christopher tinha a irmã como grande companheira e agora ela tem uma família e um marido que não vai muito com a cara dele (diferentemente de Sean Peen, Warren Beaty e os outros namorados dela, que amavam Christopher).

No final do livro, ele escreve:

"Olhando para trás durante nossos anos trabalhando juntos, estando juntos, parece que - após a complicada natureza da nossa infância - nós criamos um pequeno mundo para nós dois e adoramos viver nele. Era seguro, protegido, intensamente criativo. (…) No meu coração, na minha mente e na minha alma, Madonna e eu continuamos inseparáveis. Nós estamos para sempre unidos pelo sangue e pela incrível aventura que é a nossa vida."

Não é que eu acabei fazendo um "especial"? Aposto que a gente ainda vai ter muita história da Madonna pra contar.

Quer a última sobre a turnê "Sticky & Sweet"? Alguém gravou de forma amadora as músicas do ensaio. "Vogue" está alucinante. "Into the Groove" também. Baixa aqui!

50 marcas de Madonna no mundo


via FreakShowBusiness de freakshowbusiness em 30/08/08

Madonna não inventou a pólvora, mas cria armas de destruição em massa como ninguém, digamos assim. Aos 50 anos, completados no último dia 16, ela pode se gabar de ter passado mais da metade de sua vida exercendo influência no mundo todo, em diversas áreas do comportamento. E ainda não há sinais visíveis de que isso vá parar. Sua voz fraca ainda é ouvida em toda parte. Suas composições medianas são cantadas com empolgação mundo afora. Boa dançarina, mas longe de ser das melhores, ela inspira as mulheres a dançar igual. Seus cabelos maltratados são imitados a cada mudança de corte ou coloração. Madonna dita moda, embora às vezes demonstre ter um gosto duvidoso para roupas. É dona de um corpo que não é considerado perfeito pelos padrões estéticos contemporâneos, mas que é tomado como modelo sob muitos aspectos e inspira fantasias sexuais em homens e mulheres. Madonna é a referência máxima da reinvenção, da troca de persona, apesar de ser uma atriz ruim. Faz músicas rotuladas de descartáveis, mas que atravessam as décadas. Faz também músicas chamadas de alternativas, mas que vendem milhões. É ou não é um caso único?

Em lembrança ao seu aniversário de 50 anos, listo aqui 50 marcas que ela deixou nas pessoas, na indústria ou na cultura. Muitas dessas marcas já se apagaram. No entanto, o conjunto delas, por ser tão vasto – e olha que isto aqui é apenas uma amostra! –, faz de Madonna um ícone histórico da cultura popular.

1. Esculhambação: Cabelos desgrenhados, com reflexos louros malfeitos e a raiz escura acintosamente à mostra, deixaram de ser coisa de vadia quando Madonna surgiu assim no mundo pop. O que era extremamente vulgar passou a ser moda adolescente.

2. Barriga: Entre 1982 e 1985, sua barriga esteve sempre de fora, era o ponto de fuga do seu visual, o que atraía o olhar. Mesmo no inverno, as meninas norte-americanas imitavam.

3. Crucifixo: No mesmo período, era ostensiva a forma como Madonna usava crucifixos como meros acessórios de moda, destituídos de qualquer significado religioso. O símbolo máximo do cristianismo foi esvaziado em brincos, colares, pulseiras e cintos. Mais do que isso: tornara-se arma de sedução. Madonna costumava dizer que usava crucifixos porque os achava sexy, por exibirem um homem pelado.

4. Videoclipe: Madonna aprimorou o formato, levando-o a diversas direções. Explorou-o de tantas maneiras e tão profundamente, que não se pode estudar o videoclipe sem estudar Madonna.

5. Performance: Em 1984, quando Madonna ainda não era tão famosa, ela surpreendeu ao cantar Like a virgin no primeiro MTV Vídeo Music Awards, desgrenhada, vestida numa fantasia erótica de noiva, arrastando-se pelo chão e simulando masturbação e orgasmo na frente de milhões de telespectadores, ao vivo. O mundo aprendeu a não tirar o olho de cima dela e a parar para assistir a tudo que ela fizesse. E os outros artistas que quisessem destaque teriam que seguir a nova cartilha: não basta chegar lá e cantar; tem que surpreender.

6. Autopromoção: Esta palavra não significava tanto antes de Madonna. Ela se envolve em escândalos que domina totalmente, antes que a envolvam em algum que ela não possa controlar. Ela fez um livro de fotos eróticas, para que somente ela mesma pudesse faturar com sua nudez. Ela fez dois documentários faladíssimos sobre sua intimidade, para que fosse paparazzo de si mesma e lucrasse alto com isso. Temos a impressão de que sabemos tudo sobre Madonna, mas a verdade é que só sabemos aquilo que ela quis mostrar ou que inventou sobre si mesma.

7. Carreira: Na música pop, Madonna foi o primeiro exemplo verdadeiramente bem-sucedido de mulher com controle total sobre sua carreira. Ela é ainda o exemplo máximo disso.

8. Sensualidade: A influência de Madonna no mundo musical não é tanto na música em si, mas no comportamento das cantoras que vieram depois e na maneira como elas se vendem. De 1985 para cá, não faltam cantoras que tentam seduzir o público com o olhar, com o corpo, com apelo sexual, mas raramente dá certo por muito tempo, porque a fórmula de Madonna é mais complexa do que isso.

9. Materialismo: Nos anos 1960, Marilyn Monroe já cantava que os diamantes eram os melhores amigos das mulheres, mas isso foi antes da revolução sexual. Quando Madonna cantou Material girl, ela expressava a versão feminina da sede capitalista da Era Reagen. Aquela garota queria o dinheiro dos homens, sim, mas sem abrir mão de sua independência. Era a mulher no comando. O público entendeu; as feministas, não.

10. Reinvenção: Madonna levou muito mais longe a lição aprendida com o camaleão David Bowie. A cada lançamento, ela se transforma: loura, morena, ruiva, japonesa, vulgar, elegante, moderna, tradicional, glitter, dark, moleca, nobre, gay, heterossexual, escrava, dominatrix. É impossível não se identificar ou não se sentir atraído por pelo menos uma de suas versões. Não por acaso, fotos suas as mais diversas são freqüentemente levadas aos salões de cabeleireiro como referência para o corte desejado pelas clientes. Seus variados looks também são fonte de inspiração para shows de transformistas, fantasias eróticas, roupas para festa etc.

11. Loura: Quantas pessoas você conhece que ficaram louras por influência de Madonna? Ou que não ficaram louras porque não queriam que as associassem a Madonna? Quantas vezes você ouviu falar em "louro Madonna"?

12. Fotografia: Revistas de moda e comportamento disputam a tapa qualquer ensaio fotográfico inédito de Madonna, porque eles ditam tendências, têm uma visibilidade incrível e são imitados por anos a fio. Quase todos os grandes fotógrafos pop das últimas três décadas têm em seu portfólio uma imagem icônica de Madonna: Jean-Baptiste Mondino, Steven Meisel, Patrick Demarchelier, David Lachapelle, Steven Klein, Mario Testino, Herb Ritts. Este último só se tornou diretor de videoclipes por insistência de Madonna, dobradinha que levou a uma nova estética televisiva, a dos "clipes de fotógrafo".

13. Cadeira: É clássica a cena do filme Cabaré em que Liza Minelli dança com uma cadeira, número que movimenta inferninhos do Ocidente há pelo menos oito décadas. Mas, quando uma mulher de hoje cria uma coreografia sensual com uma cadeira, é Madonna sua referência, por conta do que ela fez com o objeto nos seus shows e no videoclipe de Open your heart.

14. Coreografia: Desde o clipe de Lucky star (1984), paredes e espelhos do mundo inteiro têm testemunhado os shows que meninas e meninos fazem em seus quartos quando estão sozinhos, imitando os passos que Madonna faz em clipes e shows. Suas coreografias são reproduzidas também nas boates, nem que seja de brincadeira.

15. Aborto: Quando Madonna lançou Papa don't preach (1986), a música causou uma discussão interminável, por conta dos versos que diziam algo como "Eu me decidi: vou ter meu bebê". Entidades contra o aborto protestaram, porque tais versos dão a entender que "ter o bebê" é apenas uma de duas opções. Quem era a favor do aborto também reclamou, porque entendia que Madonna enfraquecia a causa. Os governos também se irritaram, porque se vivia um boom de gravidez na adolescência, inclusive nos EUA. A discussão ferveu e cada um usou a canção como quis.

16. Latinidade: Freqüentemente, Madonna escolhe homens latinos como pares românticos em seus clipes e na vida real, além de usar elementos de música hispânica em alguns de seus sucessos, como La isla bonita (1986) e Deeper and deeper (1992). Tais opções não apenas lhe renderam um público maior, como também proporcionaram uma exposição mais positiva dos latinos aos olhos preconceituosos dos anglo-saxãos.

17. Shows: Madonna tenta se superar a cada turnê, criando espetáculos que envolvem alta tecnologia, teatralidade, dança e recursos visuais. O público se habituou a isso e passou a esperar o mesmo dos outros astros pop. Quem tem dinheiro e disposição, como U2, Rolling Stones, Britney Spears e Kylie Minogue, segue a cartilha. A semente fora plantada por Bowie e Pink Floyd, e Madonna levou isso a um nível muito, muito alto. Os preços dos ingressos inflacionaram, claro.

18. Cristianismo: Embora seja católica por formação, Madonna passou a vida questionando os símbolos da religião. Ela freqüentemente endossa as atitudes cristãs, como o amor ao próximo, mas põe em dúvida as representações físicas do catolicismo. Por isso sexualizou os crucifixos, cantou crucificada em uma cruz de espelhos em estilo disco, gravou um clipe em que a imagem de um santo negro ganhava vida e a possuía dentro de uma igreja, rasgou hábitos e batinas no palco. O Vaticano protestou algumas vezes. A Pepsi chegou a cancelar uma campanha publicitária milionária estrelada por Madonna, porque entidades católicas ameaçaram liderar um boicote ao refrigerante. Enquanto o circo pega fogo, Madonna vê seu público se dar conta de que tanto barulho é por meros simbolismos e puritanismo, não pela mensagem nem pelas atitudes cristãs, muitas vezes deixadas de lado por seus defensores.

19. Lingerie: Madonna ajudou a popularizar a lingerie feita para ser mostrada, seja velada sob uma blusa transparente, seja como peça principal do vestuário, usada sem nada que a encubra. Fez diversos ensaios fotográficos e apresentações ao vivo vestida dessa forma, com lingerie aparente, até banalizar as peças que um dia foram íntimas.

20. Terninhos: Os terninhos femininos eram obscuros nos tempos de Marlene Dietrich, se tornaram alta costura nas mãos de Yves Saint-Laurent e se popularizaram com Madonna, adepta também de smokings e fraques em seus shows.

21. Mulher: O clipe de Express yourself (1989) suscita debates até hoje. Enquanto a música convoca as mulheres a assumir o comando de seus relacionamentos, as imagens mostram Madonna acorrentada a uma cama, aparentemente submissa a um homem. A mensagem é dura de compreender e aceitar para as feministas tradicionais: a submissão na cama é uma opção, quando a mulher decidir que esse é o tipo de prazer que ela quer. A mulher pode brincar de escrava e ser, na verdade, a dominadora. Não era uma idéia fácil de engolir em 1989, mas agora é.

22. Voguing: Essa dança obscura do submundo gay nova-iorquino, em que travestis simulavam poses para capas de revista, provavelmente jamais teria se tornado tão conhecida e popular se Madonna não tivesse se apoderado dela e feito uma música e um clipe que a difundiu mundo afora: Vogue (1990).

23. House: A house music, vertente eletrônica surgida em Chicago, era o som de muitas boates alternativas em 1990. Madonna foi a primeira figura do mainstream a aderir à batida, com Vogue. Antes disso, artistas famosos ousavam, no máximo, ter um remix em estilo house no lado B de seus compactos. Depois do sucesso retumbante de Vogue, o house se diluiu na música pop.

24. DJs: Os singles de Madonna costumam trazer várias versões remix da música em questão. Ser o autor de um remix oficial de Madonna significa, desde 1988, a consagração no ofício de DJ, com seu trabalho sendo executado no mundo inteiro. O cachê e o status aumentam. Quantas vezes você já leu nos jornais que "o DJ da Madonna vem ao Brasil" ou que "o DJ preferido da Madonna toca hoje na cidade"? Com muita sorte e talento, esses DJs podem ser convidados a produzir todo um novo álbum da artista, ou parte dele. Foi o que aconteceu a Shep Pettibone, William Orbit, Mirwais Ahmadzäi e Stuart Price, que graças à aposta dela se tornaram grandes nomes da indústria fonográfica.

25. Homossexualidade: Madonna ajudou a banalizar a imagem do homossexual, de modo a aumentar a aceitação dos gays. Muitas letras de suas canções falam do assunto de forma velada. Mais do que isso: ela própria protagonizou beijos gays e outras situações de forte teor lésbico em shows, clipes e ensaios fotográficos. Madonna alimentou boatos de que vivia romances com outras mulheres, sem jamais se assumir bi, hetero ou homossexual. Em 1990, ao beijar uma modelo no clipe de Justify my love, inspirado na estética da nouvelle vague, Madonna deu força à onda lesbian chic que atravessou a década. E todo mundo conhece pelo menos um homem gay ou uma mulher heterossexual que afirme sentir tesão por Madonna, apesar de não ter atração pelo sexo feminino.

26. Diretores: Dirigir um clipe da rainha dos videoclipes é uma grande responsabilidade e uma grande vitrine. Herb Ritts fez vários clipes memoráveis, sendo que o primeiro foi para Madonna, Cherish (1989). David Fincher fez quatro clipes para ela antes de ter prestígio suficiente para dirigir filmes como Seven e Clube da luta. Jonas Akerlund, Mark Romanek, Luc Besson, Jean-Baptiste Mondino, Chris Cunningham, Alan Parker, Stéphane Sednaoui, Mary Lambert, James Foley e muitos outros têm clipes de Madonna no currículo. Seus vídeos movimentam o mercado.

27. Corpo: O corpo de Madonna é sempre tomado como modelo. Em 1990, quando ela apareceu musculosa, sem traços da silhueta roliça de seus primeiros tempos, todos ficaram chocados. Mas o público logo se acostumou à nova imagem da cantora e passou a associá-la à idéia de poder feminino, estimulando a imitação. Aos 40 anos, ela era apontada como exemplo de mulher enxuta nessa idade. O mesmo acontece agora aos 50.

28. Masturbação: A masturbação feminina, assunto tradicionalmente varrido para baixo do tapete, foi escancarado por Madonna já em 1984, quando ela cantou Like a virgin em público pela primeira vez, simulando um orgasmo solitário no palco do primeiro MTV Vídeo Music Awards. Em 1990, ao cantar a mesma música nos shows da Blond Ambition Tour, a performance se tornou ainda mais explícita, causando reações do Vaticano e de alguns governos. Se a maior estrela da música fazia aquilo em público, por que as garotas não poderiam fazer na privacidade de seus quartos?

29. Microfone: Também na Blond Ambition Tour, Madonna apresentou ao mundo um modelo portátil e discreto de microfone, que se usa acoplado à cabeça, dando a ela mais liberdade de movimentos em suas coreografias. O nome daquilo é headset, mas é mais conhecido como "microfone Madonna".

30. Poder: Outro legado daquela turnê foram os sutiãs cônicos, criados por Jean-Paul Gaultier anos antes, mas transformados por Madonna em ícones do poder feminino a partir daquele momento. Se nos anos 1960 o sutiã simbolizava a submissão da mulher, nos anos 1990 Madonna fez deles um símbolo feminino ao mesmo tempo sensual e intimidador, ostentado como peça central do vestuário.

31: Moda: São incontáveis as peças de roupa, os acessórios e os estilos que viraram moda graças às ações de marketing planejadas por Madonna. Jean-Paul Gaultier e Dolce & Gabbana são estilistas que só despertaram a atenção da grande mídia depois de terem assinado os figurinos das turnês de Madonna. E só então eles entraram no mais seleto grupo de criadores da moda. A cantora também está por trás da mudança de rumo encampada pela marca Versace em meados dos anos 1990. Em 2007, as vendas da H&M cresceram mais de 30% por causa de uma linha de roupas desenhadas pela artista.

32. Sado-masoquismo: Pelas mãos de Madonna, máscaras de couro, roupas de vinil, chicotinhos e outros itens do universo sado-masoquista foram levados do submundo ao horário nobre, às grandes salas de cinema, às vitrines das livrarias e às capas das publicações mais respeitadas. Se o visual S&M e a idéia de pingar vela derretida no corpo de alguém parecem banais hoje, é porque Madonna massificou tudo isso com a turnê The Girlie Show, o filme Corpo em evidência, o livro Sex e alguns clipes.

33. Sexualidade: Ela fez o que pôde para não deixar que o fantasma da aids castrasse as pessoas. Quanto mais a doença avançava, mais Madonna incentivava o sexo sem culpa. Em paralelo, ela associou seu nome a incontáveis campanhas pelo sexo seguro e pela conscientização das pessoas em relação à epidemia mundial. Sua mensagem foi assimilada por milhões.

34. Piercing: Foi no clipe de Secret, em 1994, que Madonna começou a aparecer usando piercings no nariz e no umbigo. O que até então era associado a degradação ou a minorias obscuras ganhou uma aura chique. Depois, de tão difundido, virou lugar comum.

35. Negros: Eles sempre tiveram papel de destaque no palco e na cama de Madonna. No clipe de Like a prayer (1989), ela incita o público a questionar o preconceito racial. No de Secret (1994), ela é a única branca em cena e simula romance com um negão. O negro é sempre uma presença muito natural ao lado da cantora, comportamento que teve sua relevância na América racista.

36. Artes plásticas: Muita gente não sabe quem foi a artista plástica polonesa Tamara de Lempicka, mas tem familiaridade com suas pinturas art deco dos anos 1920, por estarem presentes nos clipes Open your heart (1986) e Vogue (1990). No clipe de Bedtime story (1995), Madonna recriou obras de pintoras surrealistas, como Leonora Carrington e Remedios Varo, ajudando a difundir sua arte. Resultado: o próprio clipe foi exposto pelo MoMA de Nova York como uma obra de arte surrealista. Colecionadora de arte, Madonna ajudou a valorizar a obra de Frida Kahlo, sua artista preferida, cujo trabalho divulga em entrevistas, música e clipe desde os anos 1980. Em sua coleção, a cantora ostenta uma preciosidade pouco divulgada: uma obra feita em parceria por Andy Warhol e Keith Harring em sua homenagem, dada a ela como presente de casamento em 1985.

37. Evita: Eva Perón, ex-primeira dama argentina, ganhou fama mundial nos anos 1940 e virou musical de sucesso nos anos 1970. Mas a referência que a maioria dos não-argentinos têm dela hoje é a imagem de Madonna no papel-título do filme Evita (1996), de Alan Parker. Não apenas por causa da repercussão do longa-metragem, que lhe rendeu um Globo de Ouro de melhor atriz em comédia ou musical, mas também porque, na época, Madonna adotou Eva Perón como uma de suas personas.

38 Tatuagens de henna: Elas se tornaram populares no mundo todo com o empurrão de Madonna, que as adotou em 1998, quando do lançamento do álbum Ray of light. No clipe de Frozen, em ensaios fotográficos e aparições públicas, Madonna exibia ostensivamente desenhos e símbolos cabalísticos nas mãos e no rosto, de forma nada convencional. Essa estética, inspirada em tradições orientais, causou estranhamento, mas a idéia logo foi adaptada pelas pessoas. Hoje é até diversão para as crianças.

39. Pista de dança: Quando Madonna surgiu na indústria fonográfica, em 1982, a disco music estava praticamente acabada. Fazer música apostando nas pistas de dança parecia um tiro n'água. Mas ela foi por essa linha assim mesmo, sem jamais abandoná-la, compondo músicas que incitam as pessoas a adotar as pistas como a melhor forma de escapismo. Hoje Madonna é a rainha das pistas, de uma forma como Donna Summer não chegou a ser nem de longe. É difícil ir a uma festa ou boate onde não se toque Madonna. Seu nome é naturalmente associado a esse tipo de diversão. Prova disso é o fato de que ela é a única artista a ter emplacado 39 singles no primeiro lugar da parada Hot Dance Club Play da revista Billboard, que contabiliza as músicas mais tocadas nas boates dos EUA.

40. Trance: Este subgênero da música eletrônica, caracterizado pelo ritmo hipnótico e pela sonoridade viajante, tem raízes nas religiões orientais, se desenvolveu na Alemanha recém-libertada do Muro de Berlim e se massificou com a música Ray of light (1998) e outras canções do álbum homônimo. O grande público não sabe que o nome desse estilo é trance, mas conhece sua sonoridade, antes restrita à cultura clubber.

41. Cabala: Madonna é apontada como principal responsável pelo recente boom da vertente mística do judaísmo. Desde 1998, ela vem falando dessa filosofia e lançando diversas músicas influenciadas por ela, com letras que transmitem o pensamento cabalista sem que o público perceba.

42. Gueixa: Em 1999, Madonna inspirou mulheres abastadas do mundo todo a adotarem o estilo gueixa chic. Fez isso ao apostar em quimonos ultra-modernos desenhados por estilistas renomados. Exibiu sua aposta na capa da Harper's Bazaar, no clipe de Nothing really matters (1999), na Drowned World Tour (2001) e muitas ocasiões. O quimono ganha uma aura futurista que ofusca totalmente sua carga de tradição.

43. Neo-Electro: No fim dos anos 1990, novos talentos da música eletrônica começaram a revisitar o electro, som original da virada dos anos 1970 para os 1980, dando-lhe roupagem mais atual. A novidade agradou a um segmento muito específico e pequeno do mercado, mas ganhou visibilidade maciça quando Madonna seguiu essa tendência no single Music (2000). O som que causava estranhamento no grande público passou a ocupar o topo das paradas.

44. Caubói: A moda country feminina voltou em escala mundial em 2000, quando Madonna apareceu com roupa de vaqueira na capa do álbum Music (e de seus singles), em revistas conceituadas como a RollingStone e nos novos clipes.

45. Malauí: Quantas pessoas sabiam da existência desse país antes de Madonna adotar o bebê David Banda, nascido lá? Das que sabiam, quantas tinham conhecimento de que se tratava do segundo país mais pobre do mundo? Além da adoção, Madonna criou a fundação Raising Malawi, abordou o assunto em um dos números da Confessions Tour (2006) e escreveu e produziu o documentário I am because we are (2008), sobre a situação desesperadora do país.

46. Krumping: Essa variação um tanto exótica da dança de rua, por mais de dez anos relegada a um gueto de Los Angeles, já não causa estranhamento. Em parte, porque Madonna divulgou seus movimentos não-convencionais no clipe de Hung up (2005) e em todas as apresentações que fez dessa música até hoje.

47. Livros: Quem diria que Madonna movimentaria até mesmo o mercado editorial? Seu livro Sex (1992), de fotografias eróticas, é hoje um dos dez livros esgotados mais valorizados do mercado. Em 2003, quando ela se lançou como autora de livros infantis, seu As Rosas Inglesas se tornou recordista por ter sido publicado simultaneamente em cerca de 40 traduções e 100 países. Os seis livros para crianças que lançou desde então deram enorme visibilidade aos ilustradores das obras, escolhidos a dedo.

48. Parkour: Para o grande público, a maior referência visual dessa atividade física nascida na França são as imagens de homens fazendo manobras perigosas e dificílimas com o próprio corpo nos clipes de Hung up (2005) e de Jump (2006) e na Confessions Tour (2006).

49. Intelectualidade: Embora seja um expoente da cultura de massa, Madonna é também um fenômeno amplamente estudado por pensadores de várias áreas: comunicação, marketing, moda, sociologia, feminismo, sexologia, economia.

50. Nome: Madonna, palavra de origem italiana, é há pelo menos 500 anos uma designação para Maria, mãe de Jesus. No entanto, em muitos países, isso foi quase que totalmente esquecido, devido à imensa notoriedade da cantora. Seu nome é tão difundido e tão associado a ela, e apenas ela, a ponto de ser raro alguém dar esse mesmo nome a uma filha. Por outro lado, tornou-se muito comum cadelas, gatas e outros animais de estimação receberem o nome de Madonna, especialmente quando têm pêlo amarelado como os cabelos da artista.

domingo, 20 de setembro de 2009

Design: Identidade visual da marca "Autentika"



Saiba mais sobre a identidade visual da Autentika em:
http://www.behance.net/Gallery/Autentika-Corporate-Identity/298551

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Sensação de liberdade


via Pintando o 7 de Pintando o 7 em 07/08/09

Sensação de liberdade

Com paredes a menos e armários a mais, o apê de 75 m² ficou espaçoso e repleto de lugares para guardar livros, sapatos, CDs... Um canto perfeito para a estudante de moda Fernanda Bueno celebrar uma nova fase da vida – e sua independência

Texto Natalie Antar. Repórter de imagem Juliana Fanchini

Um apartamento amplo – mesmo tendo 75 m² –, clean, com um toque fashion e que tivesse espaço suficiente para guardar, de forma organizada, suas grandes paixões: os sapatos, os livros e as centenas de CDs. Quando a estudante de moda Fernanda Bueno, 35 anos, pensou em sair da casa dos pais, era esse o seu sonho para o primeiro imóvel. Ela encontrou-o no Morumbi, em São Paulo. Mas o desejo só foi cumprido depois de a designer de interiores Lidia Damy Sita sugerir que três paredes do apartamento fossem quebradas, reduzindo o número de cômodos e aumentando a metragem da sala, que ficou com 28 m², mais a abertura para a cozinha, que possui 7 m².

"Eliminamos um quarto, que virou a sala de TV. Ali, colocamos o home theater, uma estante para o computador, objetos de decoração e gavetões, que acomodaram os 330 CDs, além de um confortável sofá com chaise", afirma Lidia. Um truque usado pela designer foi a construção de um painel de madeira freijó, que esconde a janela nesse ambiente. "A vista do antigo quarto dava para a área de serviço do prédio do lado. Utilizamos esse recurso para valorizar e aquecer a sala de TV."

Edu Castello
Os tons naturais prevalecem na varanda. Sobre o banco rústico, R$ 300, comprado de um vendedor de rua, almofadas da Divinas Peças do Brasil, mesma loja da passadeira, R$ 120. Vasos com zamioculcas da Anni Verdi
Edu Castello
Observe que o painel de freijó, que corre em trilho, esconde a janela de onde se vê a área de serviço do prédio vizinho



Edu Castello
Azul, branco e off-white predominam na sala de Fernanda Bueno (foto). Sofá Flipper com tecido adamascado, de Fernando Jaeger, a partir de R$ 2.350. Almofada Empório Beraldin. As mesas redondas de centro e lateral são da Kartell, R$ 1.056 cada. Abajur da Bertolucci, R$ 750, e objetos da Benedixt, Zona D e Arango. As mesas retangulares são da Artefacto Basic, R$ 1.368 cada. Tapete Hemp natural, da By Kamy Out, R$ 7.500. Na parede, tela de Plínio Pereira, vendido na Mônica Filgueiras Galeria de Arte, R$ 6 milNa parede, tela de Plínio Pereira, vendido na Mônica Filgueiras Galeria de Arte, R$ 6 mil
Edu Castello
A divisão entre a cozinha e a sala é feita com uma mesa da Artefacto Basic (fora de linha), entre duas torres que servem de armários. Sobre a mesa, saladeira Benedixt, galeteiros Empório Carol Martini, prato e copos Roberto Simões Casa e jogo americano Roupa de Mesa. O pendente de cristal com cúpula preta transparente é da Puntoluce, R$ 1.295. Bancos com capas roxas, de Fernando Jaeger, R$ 394 cada

A parede que dividia a sala da cozinha também foi eliminada. No lugar, foram erguidas duas torres que servem de armários para louças e copos. Entre elas, uma mesa com tampo de vidro foi estrategicamente colocada. A entrada para a cozinha continua na lateral.

O piso do apartamento, de madeira cumaru, foi reaproveitado, pois estava em bom estado. "Nas emendas do chão onde as paredes foram quebradas, completamos com pastilhas de vidro na cor preta. Isso reduziu o custo da obra e deu um toque moderno ao ambiente", afirma a designer de interiores.

Edu Castello
Um lugar para armazenar, em ordem alfabética, seus 330 CDs, foi uma das exigências de Fernanda Bueno. No móvel do home, que tem 3 m de largura, 2,30 m de altura e 0,50 m de profundidade, duas gavetas acomodam os discos de forma ordenada


Edu Castello
O antigo quarto virou sala de TV, próxima ao armário divisório com base de pastilhas pretas, que combinam com a faixa no piso onde antes tinha uma parede. Ao lado deste, a estante de laca branca organiza 250 livros. Ao fundo, móveis importantes na casa: o painel de madeira, atrás da TV, e prateleiras de laca branca. Toda a marcenaria do apê foi feita pela Woodesign e saiu por R$ 30.900

Edu Castello
Para contrastar com o branco da cozinha executada pela Woodesign, foi aplicado granito preto São Gabriel sobre a pia. Cadeira preta da Artefacto Basic, R$ 905,80. Repare na divisão esperta entre o piso de cumaru da sala e o de cerâmica da cozinha. Onde antes tinha uma parede, hoje existe uma faixa de pastilhas
Edu Castello
O branco total do quarto, que tem 12 m², é quebrado com o marrom e o vermelho do edredom da Splendore, R$ 1.490. Abajur da Tok & Stok e vaso cromado da LS Selection

Para acomodar os sapatos e as botas da proprietária, o quarto ganhou um armário com gavetas especiais. "O apartamento é minha cara, é tudo o que eu sempre imaginei. Um lugar sem muitas paredes, mas com estantes e compartimentos para eu guardar as minhas coisas. Além disso, optei por poucos móveis. Isso me dá uma sensação de liberdade", conta Fernanda.

Edu Castello
A designer de interiores Lidia Damy Sita desenvolveu, a pedido da proprietária, gavetas especiais dentro do armário para serem guardados, de forma organizada, os sapatos e as botas. São quase 70 pares

 Reprodução

Preços pesquisados em dezembro e sujeitos a variações

A vida em equilíbrio

Materiais naturais combinados a tons terrosos, verde e fendi organizam visualmente este dúplex de 320 m², em São Paulo. A madeira de demolição está nos pisos, nas paredes e nos móveis. Em contraste, estantes de laca branca destacam a simetria entre os objetos

Texto Marilena Dêgelo. Repórter de imagem Viviane Gonçalves

Mais do que dispor a harmonia entre os móveis e os objetos, a arquiteta Marina Linhares reorganizou os cômodos deste dúplex de 320 m² no Alto de Pinheiros, em São Paulo. "Para o casal que tem duas filhas pequenas e adora receber, fiz mudanças estruturais no projeto original. Concentrei a área social em cima e a íntima embaixo", diz ela, que usou madeiras de demolição em pisos, paredes e móveis para dar continuidade e amplitude aos espaços de convivência.

Marcelo Magnani
A estante laqueada (6,20 x 0,40 x 2,60 m), R$ 17.800, ocupa uma parede inteira do lounge, com poltronas Braz, R$ 4.850 cada, de Carlos Motta. Mesa de centro Aranha, R$ 6.300, da Etel Interiores. Banquinho colorido de Vera Souto, quadro laranja da Galeria Mônica Filgueiras e flores de Maristella Nicolosi. As coleções e os objetos comprados em viagens são expostos nos nichos altos. Livros e revistas ficam nas prateleiras, deitados ou em pé, separados por assunto. Nos vãos maiores, a arquiteta colocou quadros e montou um bar, com bandeja, garrafas e copos
Marcelo Magnani
Para ajudar na organização visual, a arquiteta usou acabamentos rústicos e o mesmo material na parede, armários e móveis. No terraço, a churrasqueira é revestida de cimento queimado. A parede, os móveis e as portas do gabinete são de cruzetas. Piso de cerâmica da Lepri. Toalha de mesa e objetos da Pepper

Para guardar os objetos, as vedetes são as estantes de laca branca, que forram paredes inteiras. "As estantes grandes humanizam os espaços amplos", afirma Marina. Nelas, a arquiteta cria nichos e prateleiras de acordo com o tamanho das peças. No primeiro pavimento, a sala, ampliada para a varanda de pé-direito duplo fechada com vidro, recebeu móvel de TV com gavetas com altura adequada para guardar CDs e DVDs.

Marcelo Magnani
De freijó lavado, a mesa de jantar Mineira, R$ 15.950, está acompanhada de cadeiras Astânia revestidas de couro na cor vermelho-ferrugem, R$ 2 mil cada. Tudo da Etel Interiores




Marcelo Magnani
Antes de pregar os quadros na parede, Marina coloca-os no chão e cria a paginação, alinhando-os pelo centro e deixando 5 cm entre cada um. As molduras e os temas determinam as posições dos quadros. As gravuras de viagens, com molduras de madeira natural e pintadas de preto, da Fast Frame, estão agrupadas na mesma parede, ao lado da janela antiga de pinho-de-riga com espelho. Pufe La Novitá Couros
Marcelo Magnani
A pintura da parede no mesmo tom lilás das estampas da colcha e do tapete dá leveza ao quarto. A cama e o criado-mudo do quarto das filhas foram executados pelo marceneiro da arquiteta. Tapete, R$ 374, da Rugs for Kids. Colcha e abajur da Pottery
Marcelo Magnani
O painel em continuidade com o piso da mesma madeira dá amplitude ao ambiente. A parede é revestida com peroba-rosa de demolição, R$ 250 o m², da loja O Relicário. Tapete kilim indiano, da Tabriz. Abajur, R$ 450, da Le Lis Blanc Casa

No segundo andar, o lounge, entre a sala de jantar e o terraço com churrasqueira, ganhou uma enorme estante. Ali, a arquiteta dispôs em equilíbrio livros, gravuras e peças compradas em viagens, que contam a história da família. Para reforçar a organização visual, além da laca branca em contraste com a madeira rústica, ela usou fibras naturais e tons terrosos, verde e fendi para pontuar a decoração de todos os ambientes.

Marcelo Magnani
Para criar simetria no ambiente, os quadros formam duplas por temas, a exemplo dos modelos apoiados no aparador (à esq.) e os pregados na parede. Atrás do móvel de TV (2,90 x 0,80 m), a escada é revestida de peroba-rosa e tem guarda-corpo de vidro. A estante (1,40 x 3,10 m), R$ 6.600, feita pelo marceneiro da arquiteta, tem fundo da mesma madeira



Marcelo Magnani
A sala ampliada para a varanda tem vista panorâmica de São Paulo e estofados reformados pelo tapeceiro da arquiteta. O sofá recebeu veludo canelado Spello Oliva, do Empório Beraldin, e as poltronas, seda xadrez, da Tec Dec

Exemplos de perfeita ordem

Marcelo Magnani
Para não atrapalhar a conversa, apenas objetos baixos ficam sobre a mesa de centro, da Artefacto Beach & Country. Pincéis chineses e colares da Le Lis Blanc Casa
Marcelo Magnani
No móvel da TV, as gavetas têm altura de 23 cm para organizar em ordem alfabética os CDs e os DVDs. Os puxadores são da Le Lis Blanc Casa

Marcelo Magnani
No closet do casal, os pares de tênis são guardados em suportes, encontrados na Etna, pendurados no mesmo cabideiro das calças
Marcelo Magnani
Na despensa, os nichos verticais com 15 cm de largura x 64 cm de altura guardam em pé bandejas e baixelas, que são difíceis de empilhar

Pufes

Eles são uma ótima escolha para o convidado extra se sentar ou para injetar alegria na decoração. Com estampas e cores vistosas ou com o calor do trabalho manual, dez pufes bons de ver e de usar

Repórter de imagem Juliana Fanchini
Otavio Dias Otavio Dias
Pufe de lã trançada produzido pela Oferenda Objetos e encontrado na A Lot Of por R$ 440. (54 x 48 cm)
Belagio, de linhão listrado, da Futon & Home, R$ 278. (42 x 30 cm)

Otavio Dias Otavio Dias
Poiret, revestido de crochê, da Zizi Maria, R$ 698. (87 x 25 cm)

Rose, da grife italiana Missoni Home, de algodão com alça de couro, na Firma Casa por R$ 1.630. (40 x 30 cm)

Otavio Dias Otavio Dias
Poá, de algodão, da Hits Kid's Teens, R$ 359,28. (59 x 53 cm)

Brasília, de linho bordado, com laterais plissadas, uma criação de Cyra Lobo por R$ 1.788. (39 x 44 cm)

Otavio Dias Otavio Dias
Pufe octogonal de algodão estampado, da Ana Morelli, R$ 1.100. (65 x 37 cm)
Buddy, de couro sintético, da Tok & Stok, R$ 94. (71 x 40 x 40 cm)

Otavio Dias Otavio Dias
Trevo, feito de retalhos de algodão e malha presos com fita, da Santa Graça, R$ 600. (52 x 26 cm)
Pufe indiano de patchwork de algodão, com bordados, da Mimi Soffer, R$ 395. (85 x 16 cm)

Sinfonia de tons e formas

Tudo se equilibra neste apê de 70 m². Cinza em gradações, arte e peças caras ao lado de achados econômicos e linhas torneadas como contraponto à hegemonia reta dão o clima harmônico, quase musical

Marilena Dêgelo. Repórteres de imagem Juliana Fanchini e Nuria Uliana

Como gosta de receber, Marcelino eliminou um dos dois quartos para ampliar a sala, que era em "L", e criar uma suíte confortável. Na decoração, ele escolheu cores neutras. Colocou assoalho de madeira clara e pintou as paredes de branco e em tons de cinza, que ampliam. Depois entrou com os móveis, a maioria em branco e preto. Em todos os ambientes, o arquiteto mistura peças contemporâneas e antigas, compradas em feiras de antiguidade e brechós, mantidas por ele do jeito original. "Não restauro porque tira a história. Só reformei uma poltrona de época que encontrei, na rua, já quebrada. Mas deixei-a preta para ficar uma silhueta do que era", diz.

Edu Castello
Com acabamento de laca, o mobiliário fixo e as portas custaram R$ 25 mil, na Marcenaria Rubyart. Almofada, R$ 273, do Empório Beraldin. Garrafas, R$ 140, R$ 195 e R$ 160 (da esq. para a dir.), de Paula Almeida

Edu Castello
Nas prateleiras da estante, as fotos estão misturadas com peças de artesanato e de design, como a porcelana branca, da Benedixt, e o vaso Edros, R$ 545, na Zona D



Edu Castello
A mesa de jantar e as cadeiras, R$ 150 cada, são da extinta House Garden. Lustre GE, R$ 1 mil, da Kartell. Os potes de porcelana branca Seletti são da Benedixt, R$ 87 o menor e R$ 119 o maior. Sobre o aparador, escultura de Farnese de Andrade. Quadro de José Pedro Costigliolo

Dicas
24. Como a janela da sala não tem vista boa, o arquiteto jogou as atenções para a estante, na parede oposta. O móvel tem tudo de que ele gosta: TV, livros, arte e design.
25. Os ambientes são definidos pelos diferentes tons de cinza. Na parede central, que é o fundo na estante, o grafite dá sensação de profundidade à sala.
26. O que combina na estante? De forma harmoniosa, é possível colocar de tudo, até um Playmobil. Repare que os vazios têm importância e que peças simples mesclam-se a objetos sofisticados.
27. Peças caras de design, como o lustre, misturam-se com outras, de custo baixo, como as cadeiras.
28. Como é pequeno, o quadro não fica centralizado na parede, mas alinhado ao aparador.
29. Ordem invertida. Como o morador só encontrou na loja quatro cadeiras com braço e duas sem, estas foram para as pontas da mesa, contrariando a regra.
30. O rodapé de perfil metálico tem 1 x 1 cm e está embutido na parede. O artifício dá limpeza visual.

"Até cansa ter tudo clássico e original. O legal é a mistura "

Edu Castello
À dir., a pintura a óleo é do artista Paulo Pasta (acima) e o desenho, de Marcos Marcelino. Vasos em branco e preto compõem a decoração. O menor custa R$ 44, na Zona D. À esq., neste canto do quarto, a cadeira clássica branca acompanha obras de Gustavo Rezende e de Marcos Marcelino em molduras da Glatt & Ymagos. Na parede, tinta Suvinil

Edu Castello
Na reforma, o quarto (4 x 3,50 m) ganhou 1 m na largura, o que melhorou a circulação. Móveis de laca da Marcenaria Rubyart. Luminárias Tok & Stok e Etna (à dir.), R$ 44,99
Dicas
37. Os quadros estão alinhados na parede, dando a ideia de uma peça única. O grande, apoiado no chão, revela despojamento.
38. A tinta acrílica fosca cinza-clara não reflete nem mostra as imperfeições da parede.
39. Para neutralizar o dente formado pela coluna, o arquiteto fez o criado retangular e da mesma largura.
40. A cama, a cabeceira e o criado baixos dão a sensação de pé-direito alto. Para o espaço parecer mais amplo, a cabeceira passa a cama e tem a largura da parede, até a coluna.
41. Quer aconchego no quarto? Coloque ao lado da cama uma foto de família.
42. As linhas retas são quebradas pela mesa com pés torneados, usada em contraponto ao outro criado. Como é mais alta, apoia a luminária menor, dando equilíbrio ao quarto.
43. Com criatividade, o arquiteto fez as almofadas com amostras de tecidos do catálogo de uma loja extinta, a Formatex.

Jardim no assento

Por Thaís Lauton

Carlos Cubi

Já que as flores não dão as caras no outono, o banco Flor, da Loja Loja, colore qualquer canto. A peça tem assento emborrachado, mas ainda assim só é indicada para varandas. Preço: R$ 180. Tel. (11) 3120-5320, São Paulo, SP; http://lojaloja.blogspot.com.

Alta-costura na decoração

Por Thaís Lauton

Prada, Giorgio Armani, Hugo Boss, Louis Vuitton, Chanel e Dior já experimentaram as criações da suíça Jakob Schlaepfer em seus looks de moda. Agora a conhecida grife têxtil aporta no Brasil com uma coleção para a casa, trazida pela Safira Sedas. A linha tem desde blackouts estampados com composições tridimensionais até tecidos com efeito de papel de parede (foto), a partir de R$ 2.246 o metro. Os padrões passeiam por estilos e épocas, a exemplo da estampa francesa à Maria Antonieta ou das impressões coloridas orientais. Tel. (11) 3081-5146, São Paulo, SP; www.safirasedas.com.br.

 Divulgação

Preços pesquisados em abril e sujeitos a variações

O porta-retrato mudou

As molduras tradicionais que se cuidem – e se reinventem! Espelhos, bandejas, fôrmas, pratos e potes de vidro viram suportes criativos para fotografias. Exponha as suas

Repórter de imagem Ana Claudia Marques
Iara Venanzi
MÚLTIPLAS POSSIBILIDADES
Em papel fotográfico ou adesivo, imagens podem enfeitar diferentes cantos da casa, em variados suportes. Estas são da fotógrafa Iara Venanzi

Iara Venanzi
VIDROS ILUSTRADOS
Fotos impressas em papel especial pela Tergoprint (preço sob consulta) foram parar dentro de potes de geleia. Nas medidas 35 x 20 cm, 18 x 15 cm e 13 x 11 cm, as fotografias foram apenas encaixadas dentro dos vidros, que estão de boca para baixo na prateleira

Iara Venanzi
LEMBRANÇAS FELIZES
A família (cachorro incluído) dá as caras nas peças da Minha Avó Tinha: porta-cartão retangular de prata argentina (esq.), R$ 250, suportes redondos pequenos, R$ 80 cada, modelo redondo prateado, R$ 80, e bandeja retangular média, R$ 80. As imagens são da Tergoprint e a impressão em papel fotográfico dupla face ficou a cargo da Capovilla, por R$ 1, R$ 1,10 e R$ 3,50 a unidade. Como fundo, tinta azul Mar Esplendor, da Coral
Iara Venanzi
PRATOS AMIGOS
Imagens impressas em papel fotográfico sépia e recortadas em círculo foram pregadas com fita adesiva em peças brancas, com estampa e colorida. À esq., modelo Marta torneado, R$ 79, da Secrets de Famille. À dir., com desenhos em preto e branco, exemplar francês da Schultz Boldrini Antiquário, mesma loja da louça portuguesa com borda rosa (preços sob consulta). Também da Secrets de Famille, prato provençal branco redondo, R$ 36, e pires Margarida, R$ 42 (com a xícara).

Iara Venanzi
MAIS GRAÇA NA COZINHA
Na parede, da esq. para a dir., tampa de assadeira, R$ 11,05, forma para torta, R$ 6,41, e forma de pão, R$ 5,20, da Multi-Nox. As imagens de culinária foram impressas em película adesiva pela Tergoprint (preço sob consulta) e coladas em papel-cartão. Ficam presas por jacarés, que perpassam as formas em furos feitos com furadeira. Outra opção é usar prendedores de crachá encontrados em papelarias

Iara Venanzi
SEGREDOS DE PENTEADEIRA
Os espelhos de mão receberam fotografias de igrejas e monumentos. As imagens são da Tergoprint e a impressão em papel dupla face foi feita pela Capovilla, R$ 1 e R$ 2 a unidade. Da Minha Avó Tinha, espelho dourado (esq.), R$ 120, dourado com haste de acrílico, R$ 150, inteiro prateado, R$ 250, de prata com cabo branco, R$ 120, e de bronze, pequeno e torneado, R$ 80. É possível fazer o mesmo trabalho usando papel fotográfico comum. Neste caso, a foto é fixada com fita dupla face

Agradecimentos: La Provence (cadeira, cômoda, jarra e fruteira) e Minha Avó Tinha (tigela tipo concha)
Agradecimentos: La Provence (prateleira)
Agradecimentos: Secrets de Famille (mesa-bandeja e vaso)
Agradecimentos: Spicy (batedeira, bowls e medidores)
Agradecimentos: La Façon (sais, sachês, saboneteira e bálsamo) e La Provence (bandeja)
Preços pesquisados em abril e sujeitos a alterações

Cubos novos

Por Thaís Lauton

Quem não pôde conferir a mostra brasileira Brasil é Cosi, em Milão, pode ir à Casa Plural, no Rio de Janeiro, e ver uma das peças criadas especialmente para a mostra. A mesa São Cristóvão, assinada pela dupla Leonardo Lattavo e Pedro Moog, da Lattoog Design, ganhou uma versão cubo. A peça de 42 x 42 x 42 cm é inspirada nas grades e guarda-corpos de ferro fundido das casas dos anos 1960 e 1970 e custa R$ 1.200. Tel. (21) 2497-3725, Rio de Janeiro, RJ.

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Preços pesquisados em abril e sujeitos a variações

Euroluce: ecochique

A cada dois anos, o Salão do Móvel cede espaço para os lançamentos em iluminação na Euroluce. Nela, chamaram a atenção as luminárias com design para lá de sofisticado feitas de materiais duráveis e recicláveis

Texto Guilherme Aquino, de Milão

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Por quem os sinos tocam não é um problema. A resposta chega iluminada pela Bell, da Axolight. Ela pode ser alongada ou não, dependendo da necessidade de se criar um determinado clima no ambiente. Possui estrutura de metal, revestida de tecido liso com versões para lâmpadas fluorescentes, halógenas e incandescentes. Diâmetros de 25 a 180 cm

Milão se ilumina a cada dois anos, quando o Salão Internacional do Móvel foca na luz. É tempo de Euroluce. E a mensagem, desta vez, é bem clara: economia em todas as direções. As luminárias devem durar muito tempo, acesas ou apagadas, não importa. E o seu fim aciona, automaticamente, o começo do processo de reciclagem de suas partes para a construção de uma nova peça. A lâmpada ideal é um produto realizado com baixo consumo de matéria-prima – de preferência, aquela ainda longe das vias de extinção e dentro das normas de conservação e ecossustentáveis. Ela ainda tem de ser bela e, se possível, multifuncional. Os leds avançam velozmente na conquista definitiva do território antes dominado pelas lâmpadas com filamentos incandescentes, que batem em retirada por conta de uma lei europeia, já em 2010. Os leds de agora possuem alto rendimento e poupam até 90% da energia elétrica. E se esse pontinho de luz dita as regras, ele acaba cedendo os seus encantos a mil e um experimentos em formas e cores diversas.

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Da marca Moooi veio a Brave New World Lamp, design de Freshwest. Como na montagem de um Lego, a peça é resultado da soma de inúmeros pedaços de madeira, no caso, carvalho. Da base ao final do longo braço mecânico são 1,80 m de altura. O equilíbrio é dado por dois pesos de ferro. Brave parece homenagear os antigos andaimes de madeira. É o esqueleto do design
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A Cosmic Leaf, de Ross Lovergrove para a Artemide, tem a forma de uma folha e a superfície desenhada como se fosse uma pele coberta de escamas. As luzinhas leds embutidas criam um belo efeito cromático com jogo de sombras. Possui estrutura de aço cromado, difusor de metacrilato transparente e texturizado

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Eyris-Pendent-luminaire, da Swarovski. É toda feita de cristais e lâmpadas halógenas. Duas elipses entrelaçadas criam o símbolo do infinito. Exuberância luminosa multiplicada pelos prismas de cristal
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16 lâmpadas leds ficam entre as dobras da luminária Skin, design de Paul Cocksedge para a Flos, que lembram páginas de um livro suspenso

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A Domo Amsterdã, criada por Franco Raggo, da Barovier & Toso, é produzida na mítica ilha de Murano, em Veneza. O vidro soprado pelos antigos artesãos imprime, ao estilo barroco, a modernidade do terceiro milênio, depois do polimento dos excessos 16 lâmpadas leds ficam entre as dobras da luminária Skin, design de Paul Cocksedge para a Flos, que lem-bram páginas de um livro suspenso
 Divulgação
Wilbert Das e Grupo assinam a Rock, da grife Diesel, lançada pela Foscarini. É feita de policarbonato laqueado e possui lâmpada fluorescente. Rock é assimétrica nos seus multifacetados talhos externos e internos

Harmonia e coerência
"Amamos os móveis de linhas retas, estilo francês moderno, e a madeira escura, que deixa o espaço chique."

"A mesa redonda é melhor para conversar, mas nem sempre é adequada para a área da sala de jantar."

"Entre as cores intensas, gostamos do verde-bandeira, porque fica bem com o branco e o preto."

"O pé-direito duplo não é bom na sala porque faz a gente se sentir pequeno. Deve medir no máximo 3,5 m, para o ambiente ficar acolhedor."

"O biombo, como a porta de correr, integra os espaços do living e os isola, se necessário."

"Criamos sempre portas altas, até o pé-direito, para ampliar e deixar o ambiente agradável."

"Fazemos o cortineiro como se fosse uma moldura, com luz embutida que lava a cortina."

Lufe Gomes e divulgação

A meia-luz
"Preferimos a luz indireta e amarelada de abajures, que são ligados ao interruptor na entrada de cada ambiente."

"É difícil forrar um living inteiro com tecido, mas o quarto todo (foto) fica uma delícia."

"Adoramos o brilho, o dourado, o latão e o bronze. O acabamento de níquel (no abajur da foto) é o mais requintado."

Lufe Gomes e divulgação

Lufe Gomes e divulgação

Quanto mais quente, melhor
"Detestamos o clean, a decoração fria e asséptica. A casa deve ser quente, com história e peças de família."

"Nosso carimbo é a estampa de zebra. Damos um jeito de colocá-la em algum detalhe."

"Criamos espaços claros e leves, mas com alma. Nosso estilo é contemporâneo e sofisticado: mistura peças antigas e modernas e vários materiais: veludo com couro de peixe (na mesa lateral), pedra com aço... Não temos regras."

Cores, estampas e texturas
"Gostamos dos tons neutros no carpete, na palha de seda e no linho, que usamos para fazer cortinas e revestir paredes e estofados. E amamos o veludo em várias cores."

"O papel de parede deixa o espaço acon- chegante. Entre os que adoramos estão os geométricos da coleção David Hicks (acima), reeditada por sua filha, Ashley Hicks." É encontrada no escritório da dupla.

Lufe Gomes e divulgação
Preço pesquisado em abril e sujeito a variação

Top 10

Mesmo quando a luminosidade é escassa, ainda assim dá para ter plantas na sala, na cozinha e no escritório. O espaço pode ser adaptado à chegada de alguns vasos ou até mesmo de um canteiro. Mostramos três soluções e as dez espécies que têm sinal verde para habitar a sua casa

Texto Gabriela Pestana. Repórteres de imagem Ana Cláudia Marques, Nuria Uliana e Juliana Fanchini

Toque de natureza
A palavra de ordem desse projeto no bairro de Moema, em São Paulo, era integração. Sala de estar e cozinha tiveram suas paredes derrubadas, e um escritório foi montado no espaço para que toda a família pudesse estar junta, mesmo em atividades diferentes. Como a moradora Priscila Smith adora plantas, ela solicitou à arquiteta Taícia Negrin, da Marques Kalaidjian Arquitetura e Paisagismo, que o verde estivesse presente dentro do ambiente. Taícia escolheu espécies que suportam bem locais sombreados, como o asplênio: "Ele dá volume devido às folhas grandiosas e é uma ótima opção para interiores", aconselha a paisagista. Sucesso nos anos 1980 e de volta ao paisagismo depois de alguns anos no esquecimento, a samambaia e a samambaia-prata também foram eleitas por se adaptarem bem a ambientes internos.

Tatiana Villa
A samambaia-prata é adequada para ambientes internos, seja em vasos ou em jardins de inverno. Externamente, pode ser cultivada em jardineiras, canteiros e vãos entre muros ou paredes
Tatiana Villa
Plantados em vasos e dispostos sobre a mesa do escritório, o asplênio (1), a samambaia-prateada (2) e a samambaia (3) trazem um clima mais intimista ao ambiente

Texto Gabriela Pestana. Repórteres de imagem Ana Cláudia Marques, Nuria Uliana e Juliana Fanchini

Tatiana Villa A dracena (4), além de ser boa para interiores, é superútil para cerca vivas. Já a columeia (5) pode ser cultivada como forração, mas também é uma ótima opção como planta pendente. A mesa de madeira e os objetos de decoração sobre ela são da Madera Um. Almofada de seda do Empório BeraldinA varanda virou jardim interno
Uma mudança na planta estrutural deste apartamento no bairro do Pacaembu, em São Paulo, deu novos ares à sala de estar da moradora, uma psicóloga apaixonada pelo paisagismo. A antiga varanda recebeu uma reforma e foi integrada à sala onde criou-se um jardim interno. Luisa Toledo, paisagista responsável, teve o apoio das arquitetas Silva Curi e Flavia Yazbek para definir o canto preferido da moradora: "Poderia ter colocado vasos com plantas, mas optei por realmente tornar esse espaço um jardim interno. O canteiro com terra recebeu pedriscos para que, quando as plantas fossem regadas, a terra molhada não espirrasse nos móveis", diz Luisa. Visivelmente adaptadas ao espaço, a dracena e a columeia – perfeita para interiores – trouxeram mais vida ao apê da psicóloga.
Tatiana Villa
Em harmonia com os temperos (6), a flor-de-maio (7), as suculentas (8), o dinheiro-em-penca (9) e a avenca (10) se adaptam bem a ambientes internos. Vasos de cerâmica, da Companhia das Folhas, e plantas encontradas na Mil Plantas

Vasos na cozinha
Os temperos e as ervas aromáticas sempre serão bem-vindos na cozinha, mas suculentas, flores-de-maio, avencas e dinheiros-em-penca também podem ser usados sem moderação dentro de casa. O projeto de autoria da paisagista Patrícia França, em um apartamento no bairro paulistano de Higienópolis, é um bom exemplo de como ter plantas além da área externa. "Antes de tudo, é necessário verificar a condição de luz e vento do espaço", orienta a paisagista.

Dispostos nas prateleiras, os vasos com as espécies aromáticas continuam à mão na hora da culinária, mas receberam a companhia de plantas decorativas, que trouxeram mais frescor ao espaço onde a família se reúne para as refeições.